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Desemprego: O que é, causas e consequências para a família [+2 histórias de superação]

Desemprego: O que é, causas e consequências para a família [+2 histórias de superação]

Saiba o que é desempego em um país, suas principais causas e como se proteger dele.

Escrito por Gustavo Rocha

Em 03/06/2022 11:40

O primeiro passo para resolver um problema é admitir que ele existe. O segundo, claro, é saber como reagir. Dólar Turismo vai falar hoje sobre um tema delicado, mas muito necessário, ainda mais atualmente: o desemprego. Afinal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11,1% da população economicamente ativa do Brasil se encontra nesta difícil situação.

A boa notícia é que, apesar de preocupante, o problema tem como ser contornado. É o que irá ficar claro nas histórias que iremos contar ao final do artigo. Aliás, é este nosso principal objetivo: mostrar que o desemprego não é o fim do mundo e que há como se prevenir contra ele. Até porque, considerando as estatísticas que iremos apresentar no decorrer do texto, é bem provável que você conheça alguém nesta situação, ou que até mesmo você esteja enfrentando neste exato momento.

Enfim, siga nos acompanhando para se inteirar mais sobre o assunto.

  • O que é desemprego?
  • Quantos brasileiros estão desempregados no momento?
  • As causas do desemprego
  • As consequências do desemprego
  • Como se proteger do desemprego?
  • Conheça histórias que vão te inspirar

O que é desemprego?

Bom, o termo pode até parecer autoexplicativo, mas na verdade carrega algumas nuances que geralmente passam despercebidas pela maioria. Vamos explicar em detalhes, nos ancorando no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como fonte.

O desemprego se refere às pessoas, com mais de 14 anos, em condições de trabalhar, mas que no momento se encontram sem ocupação e à procura de uma. Quer dizer, não basta simplesmente estar sem carteira assinada para ser considerado desempregado, segundo a definição oficial.

Até porque há cidadãos dedicados somente aos estudos, como os universitários, por exemplo. Há também aqueles que trabalham em casa, como as mães de família e, ainda, os donos de pequenos e médios negócios, que também não entram no cômputo final. Também são obviamente desconsiderados os idosos e as crianças.

O correto é levar em consideração somente os cidadãos que estão em condições de trabalhar e à procura de emprego, isto é, somente aqueles que compõem a População Economicamente Ativa (PEA). É este o nome dado ao grupo de pessoas dispostas e aptas a trabalhar. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), este número corresponde atualmente a 103,6 milhões de brasileiros.

Feita esta importante ressalva, podemos mergulhar mais a fundo nos dados sobre o assunto. Isso irá nos ajudar a compreender melhor o fenômeno.

Quantos brasileiros estão desempregados no momento?

Como dissemos acima, nossa População Economicamente Ativa é de 103,6 milhões. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa atual de desemprego é de 11,1%. As informações se referem ao primeiro trimestre de 2022.

Portanto, basta um cálculo simples para chegarmos a um resultado estarrecedor. São 103,6 milhões de brasileiros aptos a trabalhar e à procura de uma ocupação, correto? E 11,1% desse grupo está sem carteira assinada no momento. Logo, são cerca de 11,9 milhões de desempregados, o equivalente a 147 estádios do Maracanã lotados de pessoas buscando trabalho.

Um agravante, que deve ser considerado, é uma pesquisa feita pela agência de classificação de risco Austin Rating, que compilou projeções da economia de 102 países com base em dados do Fundo Monetário Internacional. Segundo a referida agência, o Brasil corre o sério risco de encerrar o ano de 2022 com 13,7% de desempregados. Isso o colocaria em 9º no ranking de países com o maior número de desocupados, atrás de nações como Bahamas, Macedônia do Norte, Bósnia-Herzegovina, Geórgia, Armênia, Cisjordânia, Sudão e África do Sul.

As causas do desemprego

Esse é realmente um fenômeno complexo à primeira vista, mas que se torna mais simples e claro se o encararmos como uma espécie de ciclo vicioso. É que suas causas geralmente andam juntas. É uma espécie de efeito dominó, que só pode ser entendido se analisado a partir de uma perspectiva mais ampla.

Veja, um governo que investe pouco e mal na educação de seu povo tende a formar uma mão de obra pouco qualificada. Com uma formação profissional ruim, esses cidadãos passam a enfrentar maior dificuldade na hora de procurarem um trabalho. Afinal, as empresas realizam processos seletivos detalhados e exigentes, sempre em busca dos melhores colaboradores possíveis.

Somam-se a isso os baixos investimentos de nosso Estado nos setores de indústria e serviços. Isso sem considerar a alta carga tributária que incide sobre os empresários. Quanto mais entraves ao desenvolvimento da livre iniciativa no país, mais os empreendedores se veem na obrigação de segurar seus investimentos no geral, o que inclui a contratação de novos funcionários. Por fim, há que se considerar também a crescente mecanização do mercado de trabalho, isto é, a substituição de humanos por máquinas, uma vez que estas desempenham a mesma função de maneira mais rápida e barata.

População com formação profissional ruim. Empresas sobrecarregadas de impostos, com dificuldades para preencher seus quadros de colaboradores. Mais pessoas desempregadas, logo, menos pessoas com poder de compra. Consequência? Menos consumo. Menos faturamento para as empresas em geral. Menor capacidade de pagamento de salários. Mais demissões. Mais desemprego. Consegue visualizar o efeito dominó?

As consequências do desemprego

É fácil imaginar as consequências disso para as famílias que enfrentam o problema. Afinal, se as fontes de renda estão paradas, a tendência é a de haver um maior endividamento. Esse é um dos efeitos mais evidentes e inevitáveis do desemprego.

Só para você ter uma ideia, a inadimplência no Brasil atingiu seu maior patamar nos últimos 12 anos. Os dados são da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com a instituição, 76,6% das famílias brasileiras sofrem com dívidas. Entre as mais comuns estão cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestação de carro e casa. O desemprego certamente está entre as principais causas desse problema.

Há outros efeitos além desses, é claro. Podemos citar o aumento de doenças mentais, como a ansiedade e a depressão, por exemplo. Afinal, não deve ser nada leve a sobrecarga de estresse e preocupação sobre um pai de família tendo que sustentar seus filhos, sem perspectiva de conseguir uma nova ocupação. Isso sem contar o aumento nos índices de criminalidade, infelizmente uma escolha desesperada (e reprovável, claro) à qual algumas pessoas acabam recorrendo.

Outra consequência inevitável do desemprego é o aumento no número de trabalhadores informais, isto é, de pessoas se dedicando a atividades sem carteira assinada. Exemplos são vendedores ambulantes, camelôs, eletricistas, pedreiros, pintores, feirantes, motoristas e entregadores de aplicativos, corretores de imóveis, manicures, domésticas e até passeadores de cães.

Essa é uma nuance que não pode passar despercebida. Atualmente o Brasil conta com 38,2 milhões nessa condição, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE.

Como se proteger do desemprego?

Pois é, essa é a pergunta de um milhão de dólares. Nós não controlamos os rumos da economia do país. A única coisa que está sob nossas rédeas é nossa capacitação profissional. Logo, cabe a nós continuarmos investindo em nosso aprendizado como um todo. Nisso estão inclusos cursos e participações em eventos relativos à área em que atuamos. Network é um dos principais ativos de um profissional, independentemente da área em que atua.

Há muitas instituições de ensino superior com bons programas de graduação e pós-graduação. Para aqueles que já trabalham, há a opção do ensino à distância, ferramenta que permite a qualificação contínua sem que a pessoa precise sair de casa, de maneira que ela possa assistir às aulas no seu ritmo.

Caso o orçamento disponível para capacitação esteja baixo, é possível recorrer a plataformas de cursos como a Udemy e a Hotmart. Nelas é possível encontrar conjuntos de aulas específicas sobre determinado assunto. Um advogado pode se especializar em Direito Ambiental, por exemplo. Uma confeiteira pode aprender receitas de mais doces. Um designer tem, à disposição, cursos sobre diversos softwares.

Enfim, fato é que só nos cabe jogar de maneira a aumentar as chances a nosso favor. Depende somente de nós o investimento em nós mesmos em termos de qualificação profissional. Quanto mais capacitados formos, maior a probabilidade de nos mantermos valiosos aos olhos do mercado de trabalho.

Conheça histórias que vão te inspirar

Você conhece alguém que está enfrentando o desemprego e suas duras consequências? É você mesmo quem está passando por esse problema? Bom, Dólar Turismo faz questão de te apresentar histórias de pessoas que estiveram nessa mesma condição e que, por meio de muita luta e empenho, conseguiram superá-la. Os detalhes de todas estão disponíveis em matéria publicada pelo Diário do Comércio.

A primeira delas é a da contadora Andréia de Almeida Felice, cujo caso remonta ao ano de 2014. Moradora de Santo André (SP), ela atuava em um escritório multinacional de advocacia, na capital paulista. Ao término da licença maternidade que tirou, para cuidar de sua segunda filha, foi surpreendida com a notícia de que havia sido demitida.

A reação inicial foi a de fazer bicos como fotógrafa. No entanto, ao constatar a óbvia redução de sua renda em quase 70%, decidiu aplicar suas economias na criação de um negócio próprio. Andréia investiu numa franquia da cafeteria Sterna Café. Hoje ela vende quatro mil salgados por mês, além de refeições. Sua renda aumentou entre 30% e 40% em comparação à da época em que atuava no escritório multinacional. Seu capital inicial foi recuperado em um ano.

A segunda história é a de Nilo Valverde, engenheiro eletricista demitido da Rede Globo após 24 anos de serviços prestados, em 2014. Inicialmente, Nilo refez seu currículo e o enviou a diversas outras empresas. Uma emissora de televisão concorrente chegou a entrar em contato, mas as conversações não foram à frente.

Sua rota profissional foi mudada significativa e positivamente após o conselho de um amigo. Assim como Andréia, Nilo conheceu uma excelente oportunidade de investimento em franquias. Trata-se da Sodiê, loja de bolos muito bem-sucedida.

O engenheiro eletricista pesquisou detalhes do negócio junto a outros franqueados, e foi pouco a pouco confirmando sua viabilidade. Afinal, a empresa oferecia treinamento e um modelo de negócios estável, sólido e já testado pelo tempo.

Após dois meses de demissão da Rede Globo, Nilo tomou coragem e aplicou suas economias em uma franquia da Sodiê, instalada no bairro de Jardim Ângela, na capital paulista. Hoje Nilo tem uma renda duas vezes maior do que quando trabalhava em sua área original. Líder de 12 colaboradores, entre confeiteiros e atendentes, o agora empresário vende duas toneladas de bolos por mês.

Outra história que vale a pela contar é a de Thiago Fernandes, morador do Rio de Janeiro. Thiago atuava como vendedor em uma loja de roupas até ser demitido. Casado e com dois filhos, o carioca precisou se reinventar para garantir o sustento da família. Por isso, começou a trabalhar como motorista do Cabify, aplicativo de transporte semelhante ao Uber. Hoje, Thiago retira mais do que o dobro de seu antigo salário como vendedor, o que o permitiu investir em um plano de saúde para sua esposa e filhos.

Bom, o que todas estas histórias têm em comum? Simples: o fato de que, diante do desemprego, o único caminho é se reinventar. Uma demissão certamente causa fortes abalos na vida não só financeira, mas também emocional do trabalhador. Inicia-se aí um período de incertezas e de desafios a superar. Agora, fato é que a solução está literalmente nas mãos do indivíduo.

Aliás, Dólar Turismo já até publicou um artigo com dicas sobre aplicativos para ganhar dinheiro. Essa pode ser uma medida emergencial, algo como um “apagar de incêndio” para quem acabou de perder o emprego. O próximo passo certamente deve ser a busca por cursos de especialização, somada ao envio de currículo para diversas empresas, inclusive de outras áreas. Hotéis, lojas de shoppings, bares e restaurantes são exemplos de estabelecimentos com alta rotatividade de funcionários, opções de ocupação para quem precisa de uma fonte de renda emergencial, ainda que temporária.

Enfim, Dólar Turismo espera que este artigo tenha te ajudado a entender melhor o desemprego como fenômeno socioeconômico e, sobretudo, te preparado para enfrentá-lo de cabeça erguida. Obrigado pela leitura!

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